A ORIGEM DO NOME DE FAMÍLIA RIANÇO OU REANSO – PONTO DA SITUAÇÃO

Desde sempre que procurei entender a origem do apelido Rianço.

A minha pesquisa inicial foi feita em duas frentes.

Por um lado, pesquisando Registos Paroquiais. Deste modo consegui recuar ao primeiro Rianço ou Reanso que foi identificado deste modo.

Por outro lado, fui tentando localizar pessoas com este mesmo apelido, convencida de que talvez alguém soubesse a origem do seu apelido. Sendo um apelido algo invulgar não foi complicado encontrar outras pessoas com o mesmo apelido. Algumas até me contactaram através deste blog, outras encontrei mais tarde através do Facebook. Todos sabiam o mesmo que eu: nada.

Depois veio uma surpresa: todas as pessoas com este apelido que fui encontrando, todos os que conheci até hoje, sem exceção, descendem de José Joaquim nascido em 1813, em Panóias, e de Maria Isabel nascida em 1817, em Castro Verde, que se fixaram na Aldeia dos Elvas, perto de Messejana.

Sabemos que José Joaquim não nasceu Rianço ou Reanso, e que a dada altura passa a ser conhecido por José Joaquim Reanso.

Atendendo que nem os seus pais ou a avós utilizavam esta denominação, nem eram conhecidos por ela, parece-me claro que se trata de uma alcunha, que passou a ser utlizada como nome de família pelos seus descendentes.

Mas afinal o que quer dizer Rianço ou Reanso? Sempre foi para mim “The million-dollar question”.

As duas formas são admitidas até aos dias de hoje. Em 2015, numa ata da Câmara Municipal de Palmela, ainda encontrei referência a um Reanso, com esta exata grafia, que viveria no concelho (mais tarde pude esclarecer que se tratava de mais um descendente do Reanso original).

Sendo um apelido derivado de uma alcunha de gente que vivia no Alentejo, a minha primeira ideia foi procurar essa alcunha no Tratado das Alcunhas Alentejanas de Francisco Martins Ramos e Carlos Alberto da Silva (Editor: Edições Colibri).

O professor Francisco Ramos foi meu professor na faculdade nos idos anos 90, nessa altura estava a preparar o livro e ainda a fazer a recolha das alcunhas. Por esse motivo a minha alcunha dos tempos de Baja surge no livro. O professor gostava de perguntar a quem encontrava se tinha uma alcunha, se conhecia quem tivesse, etc. Estava sempre em trabalho de campo. 😉

Quando o livro foi publicado encontrei também, sem esperar, a alcunha da família do meu bisavô, pai do meu avô paterno, recolhida em Garvão, de onde a família era originária.

Recomendo vivamente o livro. Muito divertido para ir lendo, em especial nos dias mais cinzentos.

Mas, voltando aos Rianço, encontrei esta entrada no Tratado:

Trocando por miúdos, esta alcunha foi recolhida em Ponte de Sor, aplicada a um indivíduo do sexo masculino, era um cognome individual e uma alcunha adquirida, ou seja, não foi herdada. No entanto, sem elementos, ou seja, sem a história da alcunha.

Dá para acreditar?! Outro ponto sem saída. Podemos conjeturar, mas não podemos ter a certeza de nada.

Depois, tentei perceber o que a palavra em si poderia significar. E é a partir deste momento que todos os caminhos levam a Espanha.

Reanso em espanhol pode ser um termo jurídico, que significa um qualquer tipo de recurso administrativo. Coisa chata e erudita. Não me parece que esteja aqui a origem da nossa alcunha.

Já em galego, Ryanço poderá querer dizer risota. Seria José Joaquim assim tão divertido?

Por último, temos Rianxo, pronuncia-se Rianço, um município da Espanha, na província da Corunha, que dista mais de 600km da Aldeia dos Elvas. Poderá José Joaquim ter passado em Rianxo uma temporada, em trabalho, por exemplo, e depois ao regressar lhe tivessem atribuído essa alcunha?

E é este o ponto em que as coisas estão. No ponto de partida. Não faço a mínima ideia da origem do nome Rianço.

 

Ligações que podem interessar:

https://esmesmojosuee.blogspot.com/2008/08/riano.html

https://esmesmojosuee.blogspot.com/2011/07/o-avo-da-prima-celia.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Rianxo

https://aviagemdosargonautas.net/2013/03/25/castelao-i-por-antonio-gomes-marques/

https://www.bertrand.pt/livro/tratado-das-alcunhas-alentejanas-francisco-martins-ramos/105124

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