São José do Rio Preto

Foto: Primas Ana e Maria, esposa do tio Joaquim Augusta Pereira da Silva, primo Joaquim e o tio Joaquim Pereira da Silva, prima Merita. (Terá sido tirada cerca de 1930 no Brasil)

Depois de ter investigado a genealogia da minha família materna quase até Adão e Eva, pelo menos em alguns ramos, lembrei-me de tentar um projecto diferente: procurar os descendentes do tio da minha mãe que teria ido para o Brasil cerca de 1920.

Quando me decidi por esta aventura já ninguém da família me sabia dizer nada de concreto. A minha avó já tinha falecido havia muitos anos, a minha tia também e a minha mãe só se recordava que o tio Joaquim vivia numa fazenda em São José do Rio Preto nos anos 50. Aliás, tanto a minha mãe como a minha avó, já viúva, haviam estado lá em 1958 e por lá ficaram 6 meses, numa tentativa malograda de se fixarem também no Brasil. A adaptação não se fez não só porque lhes foi difícil sair de uma cidade, Funchal, para viverem numa fazenda como também a minha avó desenvolveu diversos problemas de saúde e foi aconselhada pelo médico a regressar. Assim fizeram. É claro que com o passar do tempo o contacto se perdeu com a morte da minha avó nos anos 70 e mais tarde com a morte do seu irmão Joaquim.

E foi com estes dados que comecei a pesquisar. Primeiro dei uma vista de olhos na Páginas Brancas da cidade e vi logo que por ali não teria grandes hipóteses. O tio da minha mãe chamava-se Joaquim Pereira da Silva e abundavam na lista as pessoas com estes apelidos. Basta uma busca na net para perceber que a cidade cresceu muito desde os anos 50 e já não é como a minha mãe recordava uma rua comprida com algumas artérias laterais onde provavelmente todos se conheceriam.

Resolvi começar no inicio, passe a redundância, e encontrar o registo de baptismo do irmão da minha avó que agora sei ter nascido em 1896. No entanto, para grande surpresa minha, esta descoberta veio com bónus! Ao pesquisar o livro de baptismos de Santana encontrei também duas irmãs da minha avó das quais eu nunca tinha ouvido falar. Em conversa com a minha mãe lá se lembrou que de facto a minha avó falava que tinha uma irmã que depois de casar muito nova teria ido para o Brasil. No entanto aquando da visita delas à família brasileira ninguém tinha o contacto dela. Fazendo algumas contas dá perfeitamente para perceber porque a minha avó não se lembrava das irmãs. A Maria e a Adelaide eram respectivamente 16 e 15 anos mais velhas do que a minha avó e se casaram cedo e foram para o Brasil só poderiam mesmo ser uma memória remota.
Depois resolvi consultar o óbitos de São José do Rio Preto nas esperança de encontrar a certidão de óbito do tio Joaquim onde eventualmente pudesse constar alguma pista sobre o paradeiro dos herdeiros. Assim pedi os microfilmes com os óbitos dos 4 cartórios existentes na cidade e comecei a busca nos anos 60. Descobri então que faleceu em 1977 de Broncopneumonia no dia 17 de Dezembro na Santa Casa e que foi enterrado no cemitério de Bady Bassitt. Fiquei também a saber que deixou viúva, o nome dela e dos seus 4 filhos. Escrevi então para a Santa Casa e para o cemitério na esperança que me pudessem indicar algum endereço que estivesse em arquivo e curiosamente quando a resposta a estas minhas cartas chegou, para o meu e-mail, de alguém que conhecia a minha família e que sendo conhecida do funcionário do cemitério me tinha tentado ajudar por conta própria, já eu estava em contacto com eles.
Com os dados que tinha resolvi pedir ajuda num fórum de genealogia que frequento há alguns anos (www.geneall.net) e recebi de imediato resposta de alguém que vivia perto da cidade de Rio Preto e que se predispunha a procurar os primos.
Foi então que entrámos em contacto e fiquei a saber que todos os filhos do tio Joaquim, primos irmãos da minha mãe, já haviam falecido. O último a falecer foi o primo Joaquim, o bebé da fotografia, em 2006. Restam quase todos dos onze netos que teve e um monte de bisnetos. O "Sitio"ainda existe, pertence à família e fica situado a uns 20Km de Rio Preto perto da cidade de Bady Bassitt, antigo povoado chamado Borboleta e que passou a município apenas em 1959.
A fotografia que me enviaram, e que publico no topo desta página, é a única que existe da época e recebê-la fez-me muito feliz.
Por agora vamos trocando e-mails, postais e fotografias nossas...mas quem sabe se em breve não nos iremos encontrar?

Comentários

Anónimo disse…
pelo que vi os seus antepassados estao a permitir-lhe fazer uma viagem á volta do mundo
escravos, judeus, refugiados, emigrantes, colonos,...
deve ser giro pegar no planisferio e marcar os lugares por onde já passou
Joshua disse…
Achei o seu comentário muito interessante. De facto é muito giro, divertido e emocionante, também, ver o mundo dessa forma :).
Tenro disse…
Ganda maluca.

Beijos
Joshua disse…
Estamos os dois no top 10 dos ganda malucos!!!hehehehe
Jurandir disse…
O meu bisavô se chama Francisco Pereira da Silva e nasceu no dia 07/01/1883 em Faial na Ilha da Madeira.
Talvez possamos ser parentes...
Estou montado um blog com fotos antigas de meus parentes.
Sou de São José do Rio Preto-SP.
abraços.
O endereço do meu blog:http://minhavida-jurandir-jurandir.blogspot.com/
Dulcineia disse…
Este comentário foi removido pelo autor.

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