Pesquisar em Cabo Verde

Quando estive em Cabo Verde, e enquanto vagueava debaixo daquele sol inclemente, dei por mim a pensar como seria fazer pesquisa genealógica por lá. Só agora, meia dúzia de anos depois, tive a oportunidade de satisfazer esta minha curiosidade que despertou durante aquelas férias tão atípicas ( basta dizer que não entrei em nenhum arquivo/biblioteca durante 10 dias?).

Pesquisar nas ex-colónias não é fácil, um simples pedido de uma certidão de nascimento pode levar meses, e até mesmo nunca chegar a ser entregue. O caso de Cabo Verde foge no entanto a esta regra tão pessimista e permite que se faça alguma pesquisa genealógica sem que seja necessário estar em Cabo Verde.

A Republica de Cabo Verde tem em funcionamento um sistema semelhante ao nosso Portal do Cidadão a que chamou Porton di nos Ilha. Através deste portal é possível pedir as certidões de nascimento, casamento e/ou perfilhação com menos de 100 anos tal como existem nas Conservatórias do Registo Civil. Para tal só teremos que nos dirigir a um local onde este portão esteja em funcionamento, por exemplo, a Loja do Cidadão de Odivelas. Cada certidão custa 4 euros e em alguns casos é entregue no próprio dia. O sistema tem no entanto alguns problemas de funcionamento como por exemplo indivíduos que constam do índice cuja certidão de nascimento sai em branco porque não foi indexada ou então certidões de casamento que não correspondem ao índice ( pede-se Ana Sousa com Joaquim Pinto e sai Pedro Manuel com Francisca e por aí fora...). De qualquer forma são situações que se podem corrigir.

No meu caso, que na verdade nem é no meu caso, porque se trata de uma pesquisa para terceiros consegui dados suficientes para passar à segunda fase que corresponde ao século XIX.

Recorri então aos microfilmes da LDS, vulgo Mormons, que curiosamente têm os registos de Cabo Verde para o século XIX se bem que não de forma exaustiva. Resta-me esperar que os microfilmes em questão cheguem à Biblioteca Genealógica que tenho por hábito frequentar.

Numa terceira fase é que as coisas se complicam porque já não é possível fazer pesquisas sem estar em Cabo Verde pois o recurso será o Arquivo Histórico na Praia que segundo julgo saber responde a solicitações pontuais que poderão resolver a situação de um ou outro antepassado que tenha passado por Cabo Verde mas que nada poderá fazer por um individuo que tenha grande parte ou toda a sua ascendência nesse arquipélago a quem só restará mesmo fazer uma férias por lá... juntando o útil ao agradável, claro.