Dreams from my father

Pode parecer à primeira vista meio despropositado falar das eleições americanas num blog dedicado à genealogia. No entanto faz algum sentido se pensarmos na humanidade como uma grande família descendente de um único tronco.
Não posso deixar de me sentir feliz com a escolha do povo americano. O facto de terem elegido um presidente afro-americano dá-me esperança que de facto possamos todos entrar numa nova era em que a reconciliação com o passado seja uma realidade.
E como sempre acontece quando me entusiasmo com um acontecimento ou com uma ideia penso no meu pai. No meu pai que não teve a felicidade de viver o suficiente para ver este dia e muitos outros dias que se seguirão. E penso em mim que perdi o meu interlocutor, o meu par e de certa forma perdi também parte do meu estímulo intelectual com a sua morte.
A fotografia que se segue é de todas as que tenho a que mais gosto. Consegui muitas vezes ver este miúdo nos olhos do meu pai. Mesmo quando estava preso a uma cama, com os ossos desfeitos pelas metástases e o espírito muitas vezes adormecido pelos opiáceos, nunca, mas nunca deixou de ser este menino.

Fotografia: O meu pai em 1938, com dois anos, no Monte da Laborela em Panóias onde o meu avô era feitor.

Comentários

Anónimo disse…
Beijo grande!
Joshua disse…
Quando eu era bebé tinha um babete que a minha mãe utlizava nos passeios. Dizia "Não me beijem". Era a maneira que minha mãe arranjou para evitar que os adultos me tentassem beijar porque sempre que alguém tentava fazê-lo eu começava a gritar...
Agora estou bocadinho mais crescida e assim agradeço muito o seu beijo anónimo mas solidário.
Anónimo disse…
é interessante sabermos das fontes escritas e compará-las com a tradiçao oral, torna-as mais romanticas.
O tal avô do teu avô josué, o jazué bruto, teve de entre cinco netos, uma rapariga a quem deu o nome de maria Joaquina do Carmo, unica irmã de teu avô josué, e única também a ter o apelido carmo
O teu pai sabe disso e se lhe perguntares, mesmo estando longe, dirte-á que era a sua tia preferida.
nao te mando um beijinho porque sei que nao gostas.
Joshua disse…
Farrapinha,
De facto o meu pai contava algumas histórias dessa tia, do tempo em ficou em casa dela quando foi estudar para Colos. Curiosamente ainda não tinha pensado nela como irmã do meu avô...
Anónimo disse…
nao é bem um comentário
falando de genealogia...
ha uma filha do primeiro casamento que deseja á filha do segundo casamento que por cada vela se realise um desejo.
Joshua disse…
Os desejos chegaram cá... São é um bocadinho enigmáticos...ou talvez não ;)
Este comentário foi removido pelo autor.
Marisa Alves disse…
Olá: A minha familia é proprietária da herdade da Laborela e tenho vindo aos poucos a estudar a história da herdade. Neste momento o monte está pouco cuidado mas é algo que queremos mudar. Foi com muita alegria que vi a foto do seu pai na Laborela. Muitas vezes fico a imaginar como teria sido nos tempos aúreos com todas as pessoas que lá viveram e trabalharam. Se tiver histótias para contar ou fotos de lá gostaria muito de as partilhar consigo. Da minha familia, quem poderia contar já faleceu ou já não tem cabeça para isso. Obrigada Marisa
Joshua disse…
A alegria é toda minha Marisa...há anos que quero visitar o monte da Laborela e de repente tenho aqui a proprietária!
:)
Esse monte era da família Carlos Júlio, ainda é?
Tenho algumas fotos que eram do meu pai mas terei que as procurar. Quanto às histórias a minha tia mais velha, que tb nasceu na Laborela, tem algumas...
O meu e mail é ajosue@gmail.com, quem sabe podemos combinar qq coisa?
Um abraço

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