José "Exposto"




Quando aparece um exposto num qualquer ramo genealógico tal significa normalmente que se chegou ao fim da linha. É quase impossível descobrir o nome dos pais de uma criança exposta. Felizmente nestes anos todos encontrei apenas 2 casos destes como meus ascendentes. Infelizmente um deles é o pai do Josué que me deu o nome o que até hoje impediu que confirmasse ou não os zunzuns que passaram até hoje sobre a sua origem.

O que teria levado os seus pais a abandoná-lo? Ilegitimidade, vergonha, medo de perder a honra ou falta de recursos económicos? Como é que numa época em que havia tanto controle social uma mulher escondia a gravidez? E se via livre do bebé?

Este meu antepassado foi exposto na Roda em Almodôvar em Março de 1819 e como não tinha cédula onde constasse que já havia sido baptizado foi efectivamente baptizado no dia 1 de Abril. Decidiram chamar-lhe José talvez porque o padrinho também era José e foi como José Joaquim, o nome completo do padrinho, que toda a vida foi conhecido. Em principio esta Roda seria da responsabilidade da Câmara que deveria providenciar a sua criação.

Terá sido, como era habitual, entregue uma ama. Não sei se Isabel do Carmo cuidou dele apenas até aos 7 anos ou se ficou também por lá até mais tarde como aprendiz de algum ofício ou como criado. Não sei quase nada sobre esta mulher. Apenas sei que para ser ama teria que ter um certificado de moralidade passado pelo pároco, era casada e teria filhos.

Só me falta consultar o livro de expostos que existe na Câmara de Almodôvar o que conto fazer em Agosto. Nestes livros eram registadas as circunstâncias em que a criança apareceu, o dia e a hora, se trazia alguma nota escrita, o que trazia de enxoval ou qualquer outro dado que fosse considerado importante e que permitiria identificá-lo no caso de a família o vir reclamar mais tarde. Mal posso esperar.

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