Filho de pai incógnito

A postagem anterior sobre os exposto levou-me também a pensar na situação em que surgem um dos pais ou os dois como incógnitos. Ao contrário do que se poderia pensar nem todos os expostos são filhos de pais incógnitos. Em muitos dos casos os pais são conhecidos e os filhos são expostos por falta de meios económicos ou por questões sociais, por exemplo por serem fruto de ligações moral ou socialmente condenáveis. Assim entre os expostos há filhos legítimos, filhos naturais e filhos de pai e/ou mãe incógnitos.
O facto de os pais não constarem nos registos não significa que não fossem conhecidos ou seja naquela comunidade todos poderiam até saber de quem era aquela criança mas colocar o nome dos pais seria legitimar uma situação condenável à época. Mas casos haviam em que os pais não desistiam de assumir os filhos quando os baptizavam. Encontrei um caso de um filho natural de uma mulher solteira em que um determinado homem casado declara no baptismo ser ele o pai. Vi também um caso de um filho legítimo que quando quer casar a mãe se opõe e a razão que invoca é que ele não é filho do pai. Claro que ele casou na mesma. Mas e a confusão que terá gerado lá na terra...
Para ser filho de pai incógnito até há bem pouco tempo bastava que os pais não fossem casados e o pai não aparecesse na altura de registar o filho. Podia perfilhá-lo depois claro mas muitos não o fazia, apesar de viverem todos em família porque não viam nisso necessidade. E as pessoas eram felizes (ou não) e tinham muitos petizes...mas para nós genealogistas cada filho de pai incógnito é uma dor de cabeça que dificilmente se resolve.