ADN


Esta busca por antepassados e parentes distantes pode ser um bocadinho (só mesmo um bocadinho) obsessiva e assim quando li sobre as possibilidades da genealogia genética não hesitei apesar de ter percebido que na melhor das hipóteses encontraria um primo genético com um antepassado comum que teria vivido há 30 000 anos atrás. Já sei que parece tudo temporalmente muito distante mas se há aqueles que sonham com o futuro e com naves espaciais eu sonho com o passado e vida das cavernas.

Piadas à parte quis participar num projecto que tenta mapear as grandes migrações humanas e quis guardar o material genético da minha família paterna na certeza que no futuro com a evolução da genética me poderá ser útil para descortinar o passado. Para tal lá recorri ao ADN do meu tio J. e aos fundos já escassos do meu cartão de crédito. Fiz o meu pedido a http://www.familtreedna.com/ e aguardei pelo kit básico.

O primeiro resultado a chegar foi o do ADN mitocondrial que o meu tio herdou da sua mãe que por sua vez herdou da mãe dela e por aí fora. Permite no fundo o estudo da linha feminina.O ADN mitocondrial sofre mutações ao longo do tempo e essas mutações passam para a descendência e ao serem estudadas podem ser associadas a zonas geográficas e a populações. Tanto os homens como as mulheres tem este tipo de ADN mas só as mulheres o passam à descendência. Ou seja e por outras palavras nem o meu tio nem o meu pai passaram este ADNmt. (Nota mental: fazer este teste a mim própria uma vez que tenho um ADNmt diferente!) O teste definiu uma pertença ao Haplogupo H que representa 40% de todas as linhagens femininas da Europa. Teve no entanto origem fora da Europa antes da última época glaciar que começou à 120 000 atrás. Inscrevi-me no http://www.mitosearch.org/ e encontrei uma série de primos genéticos ou seja com as mesmas mutações. Digamos que os nossos antepassados passaram muito frio juntos!

Depois recebi os resultados das mutações do cromossoma Y e fiquei a saber que o Haplogrupo a que pertence a amostra é o I e com elevada probabilidade de estar no subgrupo Ia mas para confirmar seria necessário encomendar mais um teste ($$$$$). Cada Haplogrupo é definido, neste caso, por uma mutação específica comum a todos descendentes masculinos do primeiro indivíduo que a apresentou. Como estas mutações são raras permitem identificar de que ramo da árvore humana cada pessoa descende. Assim pensa-se que a mutação em questão ocorreu pela primeira vez à 23 000 anos e que a linhagem Ia terá a suas raízes no norte de França. Hoje em dia é muito comum na população Escandinava/Vicking de onde se espalhou até à Europa Central e de Leste. Na Península Ibérica, onde o Haplogrupo mais comum é o R1b, tem uma presença apenas residual.

Tudo isto parece e é muito incipiente no entanto à medida que mais pessoas forem participando a base alargar-se-á e os resultados tornar-se-ão mais fiáveis. Como a amostra que enviei será conservada só tenho que encomendar novos testes à medida que forem surgindo!

Comentários

Anónimo disse…
que ascendencia!!!!!
a descendencia de certeza que ficará orgulhosa da vossa Pessoa
Joshua disse…
Caro Anónimo,
A minha ascendência é comum a muitas das pessoas com a mesma origem geográfica que eu. A diferença está no facto de eu a conhecer :).
Os meus descendentes ainda são pequenos, no entanto o meu filho mais velho, que já nada na pré, aprecia as minhas histórias sobre os nossos antepassados especialmente se houver uma boa aventura à mistura!
De resto com certeza que terão outros motivos de orgulho.

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