Apelidos e Apelidos

Hoje de manhã dei uma vista de olhos no Dicionário das Famílias Portuguesas de D. Luiz de Lancastre e Tavora, só para me distrair, e ao ler o titulo do primeiro capítulo acabei por descobrir o titulo para este artigo.

Sempre tive muita curiosidade pela origem dos meus apelidos mas também sempre me interessei por todos aqueles apelidos que me pareceram mais estranhos ou invulgares.

Os apelidos portugueses têm essencialmente três pontos de partida: lugar de origem, patronímico ou alcunha. Os que mais gosto são obviamente aqueles que têm a sua origem em alcunhas porque alguns são bem divertidos. Assim podem ter origem no reino animal (Ratos, Leões, Pulgas, Pardais...) ou no reino vegetal (os meus Pereiras, os Batatas de um amigo meu, Favas, Trigos ou Centeios...). Podem ter por base uma profissão (Alfaiates, Sargentos, Escudeiros...) ou os defeitos e qualidades físicas ou de carácter ( Magros, Gordos, Pretos, Brancos, Bons, Severos...), acidentes geográficos ou ainda podem ser reflexos de instrumentos musicais, partes da anatomia ( Boca-Branda, Boca-Doce, Tripas, Olho-Azul...) ou brincadeiras infantis e muitas outras fontes de inspiração.

Curiosa é a referência que o autor faz aos Livros Velhos de Linhagens onde constam os nomes e respectivas alcunhas dos fidalgos onde um dos referidos seria o Caga na Sela e um outro Merda-Assada...

Os patronímicos são mais sombrios e sensatos e no fundo são nomes próprios que passaram apelidos como Josué, Sanches de Sancho ou Rodrigues de Rodrigo.

Por último temos os apelidos como Sousa, Baião, Beja, Badajoz com raízes assumidamente toponímicas.

Regressando aos meus apelidos, se Josué é um patronímico, já o Malveiro poderá ser de origem vegetal, as Malvas, ou toponímica, como já falei anteriormente. Marques é sem dúvida o patronímico de Marco e Silvas ou Pereiras são de origem vegetal tal como os Sousas e Franças têm origem toponímica. E que dizer dos Rianços? Terá sido a alcunha de alguém que cheirava a ranço?

:)