Reviver o passado no Monte da Laborela e no Monte da Estebainha

Passo a vida a pesquisar o passado distante e esqueço-me daquele passado próximo, de que ainda ouvi relatos.
O meu pai nasceu no Monte da Laborela há 80 anos e no sábado passado foi a primeira fez que lá fui. De tanto ouvir falar nesse monte na minha família paterna, era para mim quase um mito rural.
No entanto está lá, existe, sobreviveu ao meu pai e sobreviverá seguramente aos meus filhos.



É um monte alentejano como muitos outros (que me perdoem os apaixonados), com o seu empedrado característico, de que tanto gosto. Fica aqui a imagem.


Gostei de ouvir as histórias, na primeira pessoa, de quem lá viveu, mas para mim o Monte da Estebainha, bem mais ermo e isolado, será sempre o meu monte. Vi vezes sem consta a imagem abaixo, que fotografei agora, em todas as quatro estações dos fins-de-semana que lá passei. 



Era isto que se via da estrada de terra, quando o carro do meu pai se aproximava da casa e os cães já ladravam,  à nossa volta, acompanhando aquele último pedacinho da viagem.

É uma construção centenária que está a ruir, mas à distância desta foto não se nota ainda. Parece que o tempo parou, tenho a sensação que vou chegar lá, a correr vinda não sei de aonde, toda despenteada, empoeirada, perseguida e a perseguir os cães, as galinhas, os perus, os porcos, sei lá...Cheia de sede e de fome, no final de mais um dia de Verão perfeito.



O mesmo chão, as mesmas árvores, o mesmo sol, a mesma janela...e aquela sensação de que poderia ficar lá para sempre...
Who needs more?

Comentários

Manuela disse…
Curioso, pesquisei por monte da laborela e encontrei este apontamento.
Também eu brinquei bastante neste monte no final dos anos 70 início dos 80.
Tinha familiares a viver na outra parte do monte, á direita deste conjunto de casas que se vê na
foto.O meu falecido tio foi moiral das vacas e por isso viveu lá por alguns anos.
Lembro-me que na casa retratada vivia um casal de que não me recordo o nome e tinham um neto um pouco mais novo que eu, a quem chamávamos Zézinho.
Boas recordações de ferias eacolares fantásticas e saudáveis.
Saudações,
Manuela Gonçalves

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